Cidades Refúgio
“escolham para vocês algumas cidades que lhes sirvam de refúgio, para que, nelas, se acolha o homicida que matar alguém involuntariamente” Números 35:11
Na antiguidade existia um costume que autorizava um parente próximo de alguém que havia sido morto a vingá-lo, matando o homicida. Encontramos registros na Bíblia de tal prática até na época de Absalão, filho de Davi. Depois essa prática não é mais mencionada, o que pode significar que foi deixando aos poucos de ser aplicada.
Esse costume foi absorvido dentro das 613 leis que encontramos nos cinco primeiros livros da Bíblia, para que fosse enfatizada a importância da vida humana. Porém, elas trouxeram algumas delimitações para que tal prática fosse levada a efeito. Em primeiro lugar, fez uma distinção clara entre o homicídio deliberado e o involuntário. Em segundo lugar, como vimos acima, estabeleceu cidades refúgio para que aquele que matou involuntariamente pudesse se abrigar até ser julgado. Esse julgamento se dava pelos anciãos que eram os representantes legais da cidade refúgio. Em último lugar, uma pessoa não podia ser condenada apenas pelo testemunho de uma única pessoa, já que interesses pessoais poderiam estar envolvidos.
O que considero mais importante é que essa figura do vingador de sangue acabou por adquirir também outro significado. No hebraico o termo é go’el had’dam (vingador de sangue), mas a palavra go’el, além de significar vingador pode também significar redentor. Boaz foi o go’el de Rute e Noemi. Ele resgatou a propriedade de Noemi e Rute, adquirindo-a e evitando assim uma miséria maior para as duas.
Ainda no Antigo Testamento, Deus assumiu para si a figura do redentor (go’el), a ponto de, ainda bem cedo na história bíblica, Jó dizer em meio ao seu sofrimento: “Porque eu sei que o meu redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25) (destaque nosso).
É importantes entender que tanto a ideia de resgatador quanto a de cidades refúgio apontam para Cristo. Ele é o nosso parente mais próximo que pagou o nosso resgate, nos fez propriedade sua, nos reavendo quando estávamos perdidos na miséria espiritual.
Jesus é a nossa cidade refúgio. Essa ideia é encontrada em Hebreus 6.18: “Ele fez isso para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, nós, que já corremos para o refúgio, tenhamos forte alento, para tomar posse da esperança que nos foi proposta” (destaque nosso).
Jesus é refúgio para aqueles que estão perdidos e condenados. Pelo seu sangue pagou o preço para ser o resgatador das nossas almas. NEle achamos abrigo e socorro. Cristo é o nosso lugar seguro, a nossa “âncora da alma” (Hb 6.19). nEle alcançamos perdão, paz, segurança e alegria. Você já entregou a sua vida a Jesus, encontrando nEle sua cidade refúgio?