Logo com a escrita Willes
Imagem do post Línguas Não Tão Estranhas

Línguas Não Tão Estranhas

Pr. Willes J. Silva3 min. de leitura

“Assim, quando se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que foi tomada de perplexidade, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua” Atos 2:6

 Um dos grandes perigos da interpretação bíblica são os pressupostos. Quan-do alguém se propõe a entender um texto a partir de algum conceito pré-concebido, a possibilidade de enxergar somente aquilo que se deseja é muito grande.

Atos 2 começa relatando um fato histórico, único – tal qual a morte e ressurreição de Cristo – que não mais se repetirá: A vinda do Espírito Santo. Era uma promessa feita por profetas no Antigo Testamento (Isaias, Zacarias, Ezequiel, Joel) e pelo Senhor Jesus (em Mateus, Lucas, João e Atos). O cumprimento aconteceu 50 dias após a crucificação de Jesus, durante uma festa chamada Pentecostes (palavra que significa quinquagésimo), que celebrava a colheita, bem como a entrega da Lei a Moisés no monte Sinai.

O momento da vinda do Espírito Santo foi marcado por três eventos: 1º Um som vindo do céu, como de um vento impetuoso; 2ª Línguas como que de fogo, pousando sobre os discípulos; e, 3º, Os discípulos começaram a falar em outras línguas. A este foi dada maior atenção ao receber maior ênfase no texto. Esse é o fenômeno chamado de glossolalia, que é a capacidade de falar em línguas desconhecidas. 15 nações diferentes estavam reunidas e cada uma ouviu falar em sua própria língua. Isso trouxe grande impacto para a maioria dos presentes, “abrindo o caminho” para a pregação de Pedro que veio logo a seguir.

Qual foi a importância desse fenômeno da glossolalia? Em primeiro lugar, marcou o cumprimento das profecias que diziam que sobre os descendentes de Davi seria derramado o Espírito Santo, distinguindo-os, num primeiro momento, das outras nações. Isso para reafirmar que deles veio o salvador dos homens, mas que foi morto:

E derra­marei sobre a família de Davi e sobre os habi­tantes de Jerusalém um espírito de ação de graças e de súplicas. Olharão para mim, aquele a quem traspassaram, e chorarão por ele como quem chora a perda de um filho único e se lamentarão amargamente por ele como quem lamenta a perda do filho mais velhoZacarias 12:10

Em segundo lugar, revela a universalidade da pregação do evangelho. Todos os homens ali presentes representando a diversidade dos povos do mundo, puderam ouvir o que os discípulos falaram em suas próprias línguas. As palavras ditas não foram restritas para somente alguns “ouvidos” seletos e privilegiados. Todos ouviram e entenderam o que diziam. Isso corrobora o que havia sido profetizado sobre o propósito da vinda do Espírito:

Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra” Atos 1:8

Mais tarde, alguns discípulos também receberam o Espírito Santo nas cidades de Samaria (Atos 8) e em Jope (Atos 10). Somente em Jope, é que tornou a acontecer o fenômeno da glossolalia, indicando que isso não era fundamental para marcar o recebimento do Espírito. Esses acontecimentos no livro de Atos mostraram que o Espírito Santo não era exclusivo para os judeus e que a mensagem do Evangelho precisava alcançar outros povos, conforme Atos 1.8 citado acima.            

Que Deus nos permita experimentar o enchimento do Espírito Santo, sem a exigência da manifestação de alguns fenômenos, para que tenhamos uma vida digna diante de Deus e anunciemos o evangelho de Jesus Cristo.

Compartilhe esse post:
    Foto de perfil do Willes
    Pr. Willes J. Silva

    Willes José da Silva, nascido em 18 de Outubro de 1962, é licenciado em Matemática e possui bacharelado em Música Sacra e Teologia, bem como Mestrado em Ministério. Com vasta experiência ministerial, pastoreia a Igreja Batista em Nova Suíça, situada na cidade de Nova Friburgo - RJ.